quinta-feira, julho 19, 2012

Erros

Já não sei o que pensar. Só sei que estou cada vez mais longe do que sonhei. Só sei que estou cada vez mais confusa e que o tempo passou sem me ter apercebido. Não sei sequer o que aconteceu à minha volta nem o que fiz. É como se tivesse estado em coma. Situações traumáticas poderão potenciar estes estados?
Sei que vivi um turbilhão de erros sem ter a noção. Sei que estava a caminhar lentamente em direcção à luz e de repente...Perdi-me! Não me lembro quando aconteceu. Só sei que um dia dei conta do quanto estava nas trevas. Porquê? Eu não sei.
Parece maldição! Parece que algo exterior a mim me obriga a tomar as piores decisões possíveis nas piores alturas possíveis. Só que não é nada de fora...É algo de dentro e porquê? Eu não sei!
Não sei, não sei, não sei. Nunca soube tão pouco em toda a a minha vida. A pouco e pouco, tudo em mim se desvaneceu. Já nem tenho noção do certo nem do errado. Perdi toda a confiança em todos, incluindo em mim própria. Já não sei quem sou, para onde vou, o que quero ser. Acho até que isto nunca vai acabar, até porque nunca acabou, até porque quando as coisas mudam é sempre para pior.
E o "Lusco Fusco"? Não sei (mais uma vez) que faz ele na minha vida. Por vezes estou segura de que nunca o quis. Outras vezes penso que o quero mais que nunca. Sei que me envolvi com ele pelos piores motivos. Mais uma vez foi a fuga, um erro entre tantos para cobrir outros erros. Não sei sequer se isto é ou alguma vez foi real. Só sei que dói saber que não há futuro, saber que não estou bem com ele e que muito provavelmente nunca estarei. É loucura!!! Quase que afirmo: "Ele é um erro" e depois choro por saber que é verdade. Quase sou inundada pela certeza que nunca foi um sentimento realmente sentido e logo a seguir vibro cá dentro com a sua perda.
Falta-me confiança em tudo. Em mim, no que fui, sou e serei, nos outros e no que vem a seguir.

domingo, setembro 18, 2011

Concordem ou discordem mas manifestem-se!

O facto de já ter conhecido pessoas (da minha idade) com diferentes gostos, visões, objectivos e interesses, permite-me pensar no que será o futuro da nossa geração. No entanto, ainda não consigo chegar a conclusão alguma a não ser o quanto esta está em perigo.
Com toda a situação critica que a nossa sociedade atravessa, é urgente a existência de uma juventude dinâmica, contestatária, revolucionária que marque a diferença... Deixam-nos um legado muito duro para o qual teremos de nos preparar. Não nos será permitido cometer os erros de outrora. Somos nós que vamos sentir as consequências.
Já vi jovens revoltados e com atitude. Quando me encontrei inserida neste meio, acreditei na esperança, acreditei em nós. No entanto, conhecendo outras realidades, percebi que me encontrara num caso isolado... Mas urgente!
Falando concretamente do mundo universitário (onde me insiro de momento), creio que este nos coloca obstáculos ao progresso (paradoxalmente). As universidades são fábricas de "enciclopédias ambulantes", de computadores programados a bel-prazer do corpo docente. Opinião por parte de um aluno?! "Era o que mais faltava!" E o que mais me intriga é o olhar passivo e apático dos estudantes ( não todos mas uma maioria) ao assimilar todo o "conhecimento" transmitido pelo orador. em contestar! Sem pôr em causa!
E agora pergunto: Como poderemos enfrentar o nosso legado, melhorar a nossa sociedade, desempenhar o papel para o qual iremos ser chamados, se não somos capazes de formar uma opinião? Se alimentamos ideias antigas e gastas? Se não perdemos um momento que seja a tentar perceber a realidade?
É urgente uma tomada de posição! É urgente uma iniciativa à critica, ao pensamento, à contestação.

segunda-feira, setembro 05, 2011

O dia em que fisico-quimica era um pesadelo

Era uma vez um dia, há muito muito tempo, vivido por mim e se calhar um pouco por todos nós, em que tudo era possível. Nesse dia, o que encontrávamos de mais complexo, era o facto de tudo ser tão simples, linear e predestinado. Ou então, seria a enormidade de sonhos transformados dia após dia, que de certeza se realizariam. Era um dia em que íamos para a escola e tínhamos amigos. Era um dia em que os professores se preocupavam connosco. Era um dia em que o maior crime que poderíamos cometer seria não fazer os trabalhos de casa. E que pressa tínhamos que esse dia acabasse...
E de forma muito genérica retratei a infância. São tempos que já lá vão, vividos por mim com a máxima ilusão. Naquela altura, o mundo era cor-de-rosa mas visto a preto e branco. Seriam os bons contra os maus, a guerra e a paz. O problema aparece quando o mundo se torna cinzento e o conseguimos ver de várias cores.
Isso vai acontecendo lentamente...Durante este processo passam-se dias e dias que parecem todos iguais mas na verdade são totalmente distintos.
Hoje quero falar de um desses dias. Talvez seja um dos dias mais felizes e mais importantes da minha vida. O que poderia sentir naquele momento? Felicidade; Nostalgia; Vitoria... Eu não sei...Estava a crescer.
Para além de muitas outras coisas, naquele dia ouvi palavras que nunca pensei que me marcariam tanto, que nunca pensei lembrar nos dias de hoje. O que é certo é que ficaram.
Depois daquele dia só poderiam vir coisas boas. Na verdade, o pior que havia naquele momento era uma disciplina que abominava profundamente chamada fisico-quimica. E sim, esse era um grande problema para mim. Algo absolutamente cruel, criado de propósito para me fazer sofrer. Sim, e o conflito que eu tinha com o professor? É que não há palavras. Sim, de facto pior do que isto não existiria...Ilusão, ilusão, ilusão...Saudades de ter problemas destes, muitas saudades.
Curiosamente, estou a escrever tudo isto para pedir desculpas ao meu professor de físico-química. Por ter detestado a disciplina depois de ter descoberto que existem coisas piores? Nãããããooooooo!!! Continuo a achar que aquilo não é para mim. Nesse dia importante, mesmo com todo o conflito, ele disse-me as palavras mais marcantes:
"-Parabéns! Tu tens muitas capacidades. Um dia vais ter muito sucesso!"
Eu passei um ano a quase não suportar alguém que confiava em mim. Que acreditava em mim mais do que algum dia acreditei.
Eu respondi:
"-Obrigada. Eu vou ter!"
Até agora não consegui cumprir esta promessa e não era suposto. Eu sonhei, lutei, fiz tudo que era suposto (que me era dito em criança). Estudei, entrei para a faculdade e nunca repeti nada. Há uns anos disseram-me que era assim que se alcançava o sucesso. Mas não é... Então é como?...Encontro-me em fase de descoberta.
E até lá, peço desculpa ao professor Luís Costa que já nem se deve lembrar de mim....Mas que eu nunca vou esquecer. E são estas memórias a que me agarro pra continuar a lutar. Para descobrir onde reside o sucesso. Para enfrentar dificuldades muito maiores que um problema de Física. Eu fiz uma promessa, e esta é para se cumprir!!! Um dia!!!

domingo, agosto 14, 2011

Estar alerta

Por vezes é necessário reflectir no irreflectivel. Temos a falsa ideia de que possuímos algo certo e intocável, algo naturalmente eterno. Falsa ideia essa que nos põe alheios aos perigos que espreitam as nossas certezas.
Nada é certo e tudo tem um fim. Os momentos renovam-se a cada instante sem darmos conta. A mutação é constante e imprevisivel. Desta forma  como podemos ter a certeza do que quer que seja nesta vida? Duvida tornar-se-á um aliado se nos fizer estar alerta.
Uma doença poderá curar-se se for detectada a tempo. É necessário estar alerta a sintomas. É necessário vigiar-nos de vez em quando. Tal como tudo que nos envolve, é necessário estar alerta. Por vezes é tarde demais. Não percebemos o mal que se encontra enraizado, o mal que nos destruirá.´Então se os sintomas são constantes, é até irracional ignorá-los. Mas pensem, quantas e quantas vezes, em determinadas áreas da nossa vida, detectamos males, sintomas perversos, absolutamente corrosivos e ignoramos?
E o matrimónio? Outra situação que me faz reflectir. É uma dádiva poder amar alguém! Por muito que hoje em dia seja desvalorizado ( e porque será assim?), construir uma vida e partilhá-la com alguém é de certa forma especial. E não, de facto não é fácil. E é preciso estar alerta! Duas pessoas casam e têm-se como certas. Foram felizes e sonham eternizar essa felicidade. Têm isso como um dado adquirido e os anos passam. Não estão alerta. Aparecem os sintomas que não são tratados. Sem se darem conta, tudo o que os unia é substituído por um acumular de anos e comodismo...-Porque não estiveram alerta, porque não se cuidaram.
E tantas situações que deixamos passar, que continuam a destruir-nos mesmo não parecendo, mesmo sem darmos conta.
Dói dizê-lo, mas as coisas fogem se não cuidarmos delas. Um dia poderá ser tarde demais. Não é fácil lutar contra a natureza do ser humano de valorizar o que temos quando já não é nosso. Mas SER humano e VIVER é LUTAR!

terça-feira, junho 14, 2011

Bloqueada

Bem creio
Que todo este bloqueio
É como um vazio!
Não choro, não rio.
Não sinto, não crio.

É um nada,
Sem tempo nem espaço,
E tudo o que faço
É uma acção forçada.

Não, eu já não sinto!
E se em mim vês emoções
É porque minto.
Não há mais lugar a criações!!!

Silêncio!

Silêncio, de quanto mistério te envolves? Qual o segredo que escondes? Por vezes não és vazio. Não és o nada de que te mascaras. Sim, eu sei que escondes algo. Vales mais do que palavras mudas, tão exageradamente proferidas. Sim eu sei, sim eu sinto.
Se é dor ou alegria, se é medo ou coragem...eu não sei. Mas sei que significas algo.Sei que não falar é a tua forma de dizer...o quê? Não sei o quê.
Silêncio, a plateia não percebe o teu discurso, mas ele existe.Ah se existe! És uma ideia, uma opinião. És um pensamento, ou simples sentimento que o mundo desconhece.
E se eles soubessem o que tu escondes...Ah se eles soubessem...
Até quando eclipsarás as vontades de quem te apoderas? Quando calarás esses discursos extensos, sedentos de poder e não de verdade?
Porque eles falam. É mais fácil falar sem se saber, do que encontrar as palavras certas. Do que esperar o momento...Eu permaneço no silêncio, mas um dia os calarei...

segunda-feira, março 14, 2011

Indiferença

Carregada de ilusão, me olho ao espelho. Sim, parece estar tudo bem. É um lance superficial, nem sequer demorado. Passo a mão, levemente pelo cabelo. Retoco a maquilhagem, como quem quer esconder algo. Sim, tudo parece perfeito. Artificialmente perfeito, mas perfeito. O que é que isso importa?
Rapidamente pego nas chaves e saio de casa. Desço as escadas, saltando degraus como quem salta fases. É como quem apressa o fim, como quem avança, passa à frente do que parece indiferente...O que é mais um degrau?
Ergo a cabeça e cá vou eu, afinal de contas tudo está ok.
A cada passo que dou, vejo uma multidao que nada é. Anonimato! Vazio! Apenas caras! Não, não são mais que nada. Quanta verdade é visivel? Nada é visivel...E de que me interessa o que está para lá de rostos? Nada me interssa.
Continuo o meu caminho, olhando intensamente para o relógio que avança a passos galopantes. Tempo? Não, não tenho tempo! E será que o quero? Ou gostaria de avançar os ponteiros como mais me conviesse?
É no meio de todos aqueles rostos de ninguém que vejo. Vejo um nome, uma história, um desejo, e um fracasso. Nesse momento, o tempo parou; a maquilhagem borrou; a multidão desapareceu; os meus passos cederam. Sim, há imperfeição eclipsada pela falsa perfeição em que acredito mas que nada tem de real. Sim, eu quis chegar ao fim, mas degraus continuam por pisar. E não, não consigo sequer conformar-me...
Deixo-te passar. Deixo de pensar, sentindo, tão fortemente que pensei ate, já não existir tamanha sensação. Fico! Dói! Por fim, sigo em frente. Deixo-te para trás. Vais cada vez mais para trás e eu corro...Ficas longe, cada vez mais longe mas...eu olho para trás...
Volto ao meu vazio e esqueço...
Sim, tudo está perfeito...

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Culpa!

Como? Como te agarro, meu presente? Como te faço agarrares-me se o passado está ferido? Como te apertarei sem te magoar, sem te fazer sangrar de fracasso?
O hoje me ilumina, ocultando as sombras de um passado. A culpa resiste, ofuscada pela felicidade emergente. Os sorrisos escondem lágrimas que não fazem mais sentido.
Sigo o meu caminho, a cada passo certo, assistindo aos meus sonhos, agora reais. Realizo um por um, sentindo cada momento, quase como quando os sonhava. Sinto a recompensa do meu penar, da minha dor. Mas até que ponto me deixo recompensar? Até que ponto mereço segundas oportunidades se não agarrei as primeiras? Se não as cuidei?
De certa forma, esta recompensa faz-se acompanhar de um castigo. Insegurança, medo, pavor até de matar esta nova oportunidade. Porque se tristezas foram esquecidas, culpas não foram perdoadas. Continuam bem cravadas no meu ser, fazendo com que o passado se prolongue no presente...O assombre!!
Meu presente, não te posso fazer promessas. Não posso garantir que não mais volto a errar. Não sei até, se podes confiar no que tenho para ti. Pois se encobri o meu passado, não é certo que te ilumine, meu presente.
E a culpa se expande por não irradiar uma luz tão forte quanto a que me dás. Porque queria unir a nossa energia e não mais deixar o negrume entrar.
Este novo amanhecer deveria ser um renascer. O Sol devia brilhar como se nunca o tivesse feito, como se fosse o primeiro dia da História. Mas a noite existiu e deixou marcas...
Perdão! Perdão me peço e não o obtenho! Até quando? Eu não sei.
Vou continuar a agarrar o que me é dado a cada dia. Um dia acordarei para o primeiro Sol, e já não estarás lá...

sábado, outubro 23, 2010

Hino à Contabilidade (perdoem-me TOS's ROC's e demais contabilistas...)

Preciosa contabilidade
Quanta é a tua facilidade!
Quanta é a tua utilidade!

É balanço, é balancete,
É diário, é razão.
És como um alfinete
Espetado no coração.

Ela é financeira,
Ela é de gestão.
Oh preciosa informação
Que me enche de emoção!

É fazendo o balanço
Que realmente alcanço
A verdadeira sabedoria!
Contabilidade tu és
Uma grande filosofia!

Tu transformas o meu passivo
Superior ao meu activo.
Contigo o meu capital próprio
Fica logo negativo.

Oh aula desgraçada,
Em que não me entra nada,
E que o tédio me desfaz.
E o que mais me satisfaz
É futuramente
Nunca mais te ver à frente.

terça-feira, outubro 19, 2010

Bifurcação

Vem, dá-me a tua mão.
Caminhamos juntos até à bifurcação.
Vamos seguir os mesmos passos,
Desenvolver os mesmos traços.
Frente a frente, lado a lado,
Lentamente, na mesma marcação.
Desfrutamos o destino abraçado
E guardamos a mesma recordação.

Eis que nos afastamos, nos opomos.
Para trás fica tudo o que fomos.
Palavras e passos,
Olhares e abraços
Ficarão cravados no caminho trilhado.
São memórias! É passado!

Afastando-te, mantenho-te perto.
Continuar no mesmo sentido
É um perigo. Não é certo!

Não mais
Lutamos com as mesmas armas.
Não mais
Vivemos as mesmas tramas.
Inimigos não partilhados!
Objectivos não cruzados!

Porque a vida não é recta.
Não há apenas uma meta.
Porque nesta vida estreita,
Há a esquerda e a direita.

E longe te mantenho perto,
Perto do que fomos,
Fiel ao que somos.

As bifurcações continuarão,
Cruzamentos não acabarão
E os nossos caminhos,
De novo se encontrarão.

segunda-feira, agosto 23, 2010

Carta a "Bela do Futuro"

Querida Bela do Futuro:
Neste momento, a pessoa que tu és, é para mim uma incógnita. Idealizei-te, é certo! Mas sei que te vais revelar uma surpresa.
Escrevo-te esta carta para te fazer um pedido muito sentido. Faz com que toda a luta, todos os obstáculos que se cruzam comigo, todas as lágrimas, desilusões e frustrações valham a pena. Se passo pelo que passo é certamente com a esperança de te tornar num ser maduro e feliz. Quero muito que o meu esforço dê frutos.
Estou repleta de nódoas negras. Vivo a minha vida a tropeçar, a cair e a magoar-me. Mas estas quedas constantes devem servir para eu aprender. Não deverão ser em vão. E gostava que não te esquecesses dos erros que cometi. Gostava que te lembrasses de mim e não me repetisses em certos aspectos.
Recorda-te do nosso passado, daquela força, daquela garra, daquela vitória...É assim que te quero, ou melhor de preferência. Não voltes a cair nestes buracos que se sucedem no meu caminho. Desvia-te ou então passa por cima.
Quero que realizes os meus sonhos, e melhor ainda, os teus. Quero-te com sucesso. Quero que dês sentido a tudo o que estou a viver neste momento.
Sorri, vê o que tens e conquistaste. Vê o percurso que fizeste e tudo o que conseguiste por ti própria. Estas palavras vão certamente fazer sentido. Quero muito acreditar que sim.
Bela do Futuro, no dia em que leres esta carta diz-me algo...Escreve-me também. Dá-me as respostas que procuro. Elas serão lidas...

Um grande beijinho
Bela do Passado