quinta-feira, dezembro 09, 2010

Culpa!

Como? Como te agarro, meu presente? Como te faço agarrares-me se o passado está ferido? Como te apertarei sem te magoar, sem te fazer sangrar de fracasso?
O hoje me ilumina, ocultando as sombras de um passado. A culpa resiste, ofuscada pela felicidade emergente. Os sorrisos escondem lágrimas que não fazem mais sentido.
Sigo o meu caminho, a cada passo certo, assistindo aos meus sonhos, agora reais. Realizo um por um, sentindo cada momento, quase como quando os sonhava. Sinto a recompensa do meu penar, da minha dor. Mas até que ponto me deixo recompensar? Até que ponto mereço segundas oportunidades se não agarrei as primeiras? Se não as cuidei?
De certa forma, esta recompensa faz-se acompanhar de um castigo. Insegurança, medo, pavor até de matar esta nova oportunidade. Porque se tristezas foram esquecidas, culpas não foram perdoadas. Continuam bem cravadas no meu ser, fazendo com que o passado se prolongue no presente...O assombre!!
Meu presente, não te posso fazer promessas. Não posso garantir que não mais volto a errar. Não sei até, se podes confiar no que tenho para ti. Pois se encobri o meu passado, não é certo que te ilumine, meu presente.
E a culpa se expande por não irradiar uma luz tão forte quanto a que me dás. Porque queria unir a nossa energia e não mais deixar o negrume entrar.
Este novo amanhecer deveria ser um renascer. O Sol devia brilhar como se nunca o tivesse feito, como se fosse o primeiro dia da História. Mas a noite existiu e deixou marcas...
Perdão! Perdão me peço e não o obtenho! Até quando? Eu não sei.
Vou continuar a agarrar o que me é dado a cada dia. Um dia acordarei para o primeiro Sol, e já não estarás lá...

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