segunda-feira, março 19, 2007

Crescer...

Crescer… Aí está a palavra-chave.
Quando tinha menos uns aninhos, ansiava, não sei porquê, pelos meus 16 anos. Pelo que eu via era uma idade fantástica onde tudo era permitido. Era curtição e mais curtição. Era, pensava eu, o pico de uma vida! Achava que a vida seria muito melhor e muito mais fácil. Eram sonhos e mais sonhos como é meu costume.
Hoje tenho 16anos e estou a passar o pior período da minha vida. Se 1génio me aparecesse e me realizasse um desejo à escolha aquilo que eu pedia era apenas recuperar toda a vida que tinha há um ano atrás. Aqui há uns dias tive com uma amiga minha que disse que dava tudo para ter a vidinha do 9ºano.Que vida espectacular! A vida que eu ansiava há uns anos vivi-a de facto no ano passado.
Pois, crescer traz os seus problemas. Caem-nos em cima uma montanha de responsabilidades e problemas. Por um lado começo a ter medo de crescer…Mas por outro anseio novos dias, anseio uma oportunidade de reconstruir a minha vida, de poder ser quem sou e de poder ser feliz.
No presente, a minha vida é escura, eu já nem sei quem sou. Posso aqui fazer uma espécie de um jogo e descrever-me como eu realmente sempre fui, depois descrever-me como e sou neste momento e a seguir descrever aquilo que eu gostava de ser…
Sempre me conheci como uma pessoa alegre, faladora, cheia de energia, que preza muito a amizade e nunca está sozinha. Via-me inteligente, perspicaz, corajosa, aventureira, apaixonada pela vida e lutadora. Como não podia faltar, uma menina cheia de sonhos. Sempre tive pouca auto-estima.
Neste momento ando sozinha, triste, a chorar pelos cantos, a achar que a minha vida não faz sentido. Estou sem força de viver. Apetece-me desistir de tudo. Estou-me a autodestruir…
Gostava de ser uma pessoa risonha, alegre, cheia de talentos e dotes, inteligente, vencedora, independente, feliz, cheia de pessoas à minha volta, divertida, enérgica, menos preguiçosa, forte etc. Gostava de gostar de mim.
A minha vida era uma casa com todo o conforto. Um dia ruiu. Agora tenho a esperança de a reconstruir e fazer com que ela fique melhor do que a primeira. Mas faltam os materiais. A minha missão é arranjar esses materiais e pôr mãos à obra.
Crescer é um desafio. Crescer enfraquece-nos. No entanto as fraquezas são a origem das nossas forças tal como as tristezas a origem da felicidade. É quando estamos fracos que sentimos mais necessidade da força. É quando estamos tristes que sentimos mais a necessidade da felicidade. É quando estamos por baixo que mais lutamos para chegar ao topo.
Agora vejo o quanto fui feliz e é agora que eu vejo, com mais intensidade, o quanto feliz quero ser…

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