sábado, abril 07, 2007

carta ao meu principe

Príncipe das histórias que te foste sem eu querer…Não escolhi este destino, não fui eu que te pedi para ires. Um dia fizeste-me saber da tua escolha e deixaste-me na companhia apenas de mim própria. Os pássaros voaram para longe, as folhas caíram das árvores, a chuva espreitou e o frio gelou. A tua notícia veio com o Outono…Tanto o céu como a minha vida, ficaram escuros e sem um sol para os iluminar. Partiste e levaste contigo o teu sorriso que me aquecia.
O Inverno custou a passar…
A Primavera chegou e trouxe-te contigo…Mas com a alegria que esta trouxe não veio de novo o teu sorriso, a tua luz. A vida mudou. Hoje pedes tudo de volta, hoje queres o sol a brilhar de novo. Tu que trouxeste as nuvens ao meu ser, queres que te dê o sol como antes.
Sonhaste alto, quiseste mais e mais. Quiseste ser mais feliz…
Hoje vejo uns olhos tristes e apagados, quando outrora reluziam como estrelas. És o vulto da solidão. Tua luz apagou-se no mesmo momento que a minha, embora ninguém repare, embora tu não reconheças. Quiseste novas aventuras, conhecer novas vidas e saíste falhado, derrotado. Nas caras que outrora juntas reinavam, agora separadas submetem-se à solidão e à incerteza.
Pensavas que sozinho terias mais sucesso, que encontrarias suportes mais fortes, no entanto saíste frágil.
Enquanto que me destruo lentamente vejo em ti um ser já destruído, perdido, revoltado e infeliz. Pensa nos teus erros…Os meus já foram pensados.
E agora queres a vida que tinhas de volta? Desejei a minha enquanto ansiavas novidades.
Uma parte de mim quer te dar o que perdeste mas um dos grandes problemas do mundo é não poder apagar episódios do passado. Era bom poder fazer uma ligação entre o passado distante e o futuro sem passar pelo passado próximo…no entanto não é possível e temos de enfrentar o presente. E há marcas que permanecem. As feridas agora abertas podem cicatrizar…mas a cicatriz permanecerá bem marcada na pele frágil de toda a história.
Queres-me mas não é a ti que eu quero. Eu quero o impossível. Aceitar-te-ei se me deres o impossível.
Há coisas que o coração perdoa mas a cabeça não esquece. Eu nem perdoar consigo, quanto mais esquecer.

1 comentário:

Anónimo disse...

e assim msm.. continua a lutar!